PaperGods - Duran Duran

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Dualidade – contradição – é a tônica de Paper Gods; nada surpreendente para uma banda que sempre viveu na ambiguidade entre fazer música “séria” e emplacar hits, ser adulada/idolatrada. Na faixa-título, Simon alfineta as celebridades-nada e a superficialidade destes tempos, apenas para pouco depois duetar com a trashete Lindsay Lohan, na deliciosamente vulgar Danceophobia. Quero ver algum duranie resistir de mexer o bundão com a batida pop facinha da faixa produzida pelos modernos Mr. Hudson e Josh Blair. E a voz rouca da luxo-lixo LiLo recitando baboseiras no papel de “médica” é a medida exata da deliciosa sordidez que o Duran pode produzir. E nada disso é crítica destrutiva: sou duranie e essa banda tem um álbum chamado Pop Trash (2000).

A generosa porção moderna de Paper Gods tem momentos brilhantes como a EDM de Last Night in the City, com a “divada” participação de Kiesza e a pipocante Change the Skyline com suas 2 linhas marcantes de teclado e vocais adicionais do aerado dinamarquês Jonas Bjerre. Na segunda audição você já estará cantarolando os refrães. O álbum está repleto de convidados, mas sozinho o Duran também faz bonito, como na delícia balouçante de Face For Today ou na relaxada (no bom sentido) Sunset Garage.

A voz de Le Bon – manipulação de estúdio ou não – continua encharcada em libido; daí imagine combiná-la com a guitarra sexual de Nile Rodgers em eletrofunk oitentista, mas com produção de 2015? Assim é Pressure Off, ponto alto do conjunto; diabrete de canção com vocais adicionais de Janelle Monáe.

John Frusciante, ex-guitarrista do Red Hot Chili Peppers contribui em 3 faixas. What Are The Chances constitui a porção baladeira filler em companhia de You Kill Me With Silence (sem John). O ex-Pimenta também está em The Universe Alone, que fecha a versão standard de Paper Gods em crescente clima de catarse. Puro drama, perfeito pra voz de Simon. Butterfly Girl é a mais contagiante das participações de Frusciante; eletrofunkão 80tista com vocais femininos anônimos duetando com Simon.

Dada a facilidade de obter álbuns na era internética, sugiro a Deluxe Edition, com 3 faixas adicionais. O destaque vai para Planet Roaring, que abre sua viagem dance com sintetizadores à Giorgio Moroder.

O Duran Duran du jour não veio com intenção de reviver/requentar seu passado de glórias. O quarteto ainda tem fôlego para tentar coisas novas, investir em sonoridades atuais. É essa junção de passado, presente e indicativos para o futuro que faz de Paper Gods tão bem sucedido.


Nota:8


http://whiplash.net/materias/cds/232121-duranduran.html#ixzz4HvH8FUwq 
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Autor Mayumi Ohasi

Mayumi Correa Ohasi, nasceu em 10 de março de 1996 na cidade de Himeji-Japão. Começou faculdade de Designer Gráfico mas trancou no 2° semestre. Administradora do site Mayumi Ohasi e HM Rock Reviews.

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